Estive participando (de parte) de um fórum sobre metodologias ativas de Ensino na Unicamp nesta última semana, e fiquei particularmente chocado com a resistência de muitos professores sobre metodologias novas de ensino.
Principalmente porque o evento era voltado para o Ensino Superior, o que (eu sei, eu sei, eu tenho ainda aquela convicção) deveria ser um público levemente mais instruído e informado.
Metodologias Ativas, só para esclarecer ao colega leitor, não são nenhuma novidade ou algo tirado da cartola, mas sim procedimentos diferenciados de ensino em que, de fato se aprende ao por a mão na massa, sem as aulas magnas palestrais (ou seja, o professor em frente a uma turma falando por horas e mais horas num teste de resistência e tolerância ao sono), que concluem-se em uma prova, exame ou seminário.
Ou seja: Uma nota de 0 a 10 que representa alguma coisa ilusória sobre a capacidade de absorção e conhecimento de (apenas mais) um aluno anônimo em uma turma de uma disciplina que facilmente será esquecida pelo aluno.
Resumindo as metodologias que eu vi (de fato), o professor apresenta problemas/projetos - a partir de textos, imagens (sem qualquer texto) ou outras mídias quaisquer que ofereçam o assunto proposto - para os alunos, a partir deste ponto desenvolverem debates e o próprio conhecimento sobre o assunto.
A partir deste ponto, em reuniões de tempos em tempos, o assunto é discutido, debatido e o professor avalia aluno a aluno sobre sua interação com o desenvolvimento do conhecimento.
Isso muda algumas barreiras tradicionais de ensino, como um dos professores atentou brilhantemente durante sua palestra, "se o aluno não aprende, não existe ensino", e, uma vez que no modelo tradicional os alunos se sentem desmotivados, desinteressados e mais convencionalmente que não desaprendem o conteúdo assim que o período de testes se findou.
Mas aí, como ensinar o padre a rezar a missa, como profere o ditado, não é?
Dizer para alguém que o método atual não oferece nada mais que remédio para insonia - e que métodos alternativos demandem esforço coletivo (e colaborativo) além da mudança de paradigmas, que podem, de certa forma até eliminar a exibilidade e aceitação de diversos 'professores papa-título' (Você conhece... Aqueles que tem uma enormidade de diplomas, mas mal conseguem ficar diante de uma turma de cinco alunos para falar sobre o assunto de suas próprias pesquisas) que dominam as universidades...
Até porque, alguns de meus melhores professores não tinham mestrado ou doutorado, e o maior professor que tive numa universidade, mesmo com todos os títulos e o renome (era uma sumidade em sua disciplina, inclusive internacionalmente), era um exemplo de HUMILDADE. Pessoa simples, calma, e que em qualquer momento fazia questão de ouvir seus alunos, e conversar com eles.
Tão humilde que não se importou de fornecer os números de telefone particulares para a turma, para que o contatássemos 'a qualquer momento, inclusive depois da formação, que seríamos atendidos com o maior prazer'.
Talvez seja justamente esse o problema.
Humildade não se ensina, nem se aprende...
Pratica-se... (e é justamente o primeiro passo para o aprendizado, uma vez que é preciso grande humildade para admitir não saber alguma coisa - ainda mais para certas pessoas)
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