A questão da pirataria afeta, bem, absolutamente todo ser vivente deste país. Ativa ou passivamente, de uma forma ou de outra, nós estamos trabalhando e utilizando de recursos piratas para obter o equivalente do original que nos leva a obter a coisa mais próxima do mesmo. Existem vários motivos para a pirataria, mas, objetivamente falando, o fator preço é quase sempre o que fala mais alto, e pudera. Num país em que o mínimo é de pouco mais que quinhentos reais, e, qualquer produto de entretenimento custa (fácil) 10% disso, não é preciso ser um gênio matemático pra entender a logística do problema. A figura abaixo demonstra os valores de impostos cobrados sobre produtos (no caso automóveis) em valores, para facilitar a compreensão dos custos.
É verdade que os impostos não são todo o problema. Existem questões como logística e distribuição (que, além de elevarem os preços globais de um determinado produto, também delimitam a área em que este será comercializado), status social (usar uma marca pirata que é igual ao original, sem pagar a mesma quantia, parece uma boa barganha) e comodidade (você pode assistir um filme que está no cinema, do conforto de seu lar, sem pagar estacionamento e pipoca ou ter um chato dos infernos chutando a sua cadeira, ou brigando pelo encosto do braço ou...).
Conhecidos os cenários, acho que cabe um pouco de melhor detalhamento sobre os problemas em questão. A pirataria (não em termos navais ou somalis) se refere ao desrespeito aos contratos e convenções internacionais onde ocorre cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos autorais, de marca e ainda de propriedade intelectual e de indústria. Os casos mais conhecidos são as cópias de produtos (falsificação), quer pelo uso indevido de marca ou imagem, com infração à legislação que protege a propriedade artística, intelectual, comercial e/ou industrial.
Certo, ditos os termos, ficam as dúvidas, afinal, como diabos se mede a 'propriedade intelectual', ou quais os critérios para 'direitos autorais'? Por exemplo, como fica a questão Antonio Meucci vs Alexander Graham Bell sobre o telefone? Ou mesmo Edson vs Tesla? Ou então as questões de 'escritores fantasmas' (ghost writter) que vendem os direitos de sua obra para serem assinados por outrém... De quem realmente é a 'propriedade intelectual', se o autor a vendeu para outro assinar por ela - e porque isso não é plágio?
Essa é uma das áreas cinzentas mais conturbadas e difíceis de se discutir, basicamente porque ela depende de dezenas de fatores... Mas essencialmente se resume ao(s) modelo(s) da indústria como o conhecemos.
O modelo antigo, nascido da primeira revolução industrial, e já oriundo dos modelos capitalistas pré-existentes, é um modelo de noção direta de compra/venda e suas bifurcações diretas. O bom e velho 'Eu produzo/faço, somo tributos e gastos para estabelecer o preço e o cliente paga'.
Com as vertentes da revolução industrial, como o Fordismo, o 'eu faço' abre lugar pro 'uma equipe faz, recebe um fixo, eu gerencio, somo tributos e gastos para estabelecer o preço e o cliente paga'. Nessa noção, comprar os direitos ou serviços de alguém é lógico e coerente (e isso explica o 'escritor fantasma' e a produção por contrato).
Com a internet e a proliferação dos computadores pessoais, surge a indústria de software,e, a noção de 'fazer' tornou-se mais vaga que nunca. Da mesma forma que Bill Gates montou um sistema operacional e programas, outros jovens fizeram. Linux, Mozilla, e toda a discussão de Software Livre que surgiu, são apenas mostras de uma discussão que ainda vai durar décadas, mas que vai definir os futuros rumos da indústria como conhecemos. E, é nessa discussão - e através desse prisma - que eu pretendo abordar o tema.
NOTA: A questão dos direitos autorais/plágio será melhor abordada em futuras inserções sobre o tema (pois serão voltadas especificamente no tema).
Certo, ditos os termos, ficam as dúvidas, afinal, como diabos se mede a 'propriedade intelectual', ou quais os critérios para 'direitos autorais'? Por exemplo, como fica a questão Antonio Meucci vs Alexander Graham Bell sobre o telefone? Ou mesmo Edson vs Tesla? Ou então as questões de 'escritores fantasmas' (ghost writter) que vendem os direitos de sua obra para serem assinados por outrém... De quem realmente é a 'propriedade intelectual', se o autor a vendeu para outro assinar por ela - e porque isso não é plágio?
Essa é uma das áreas cinzentas mais conturbadas e difíceis de se discutir, basicamente porque ela depende de dezenas de fatores... Mas essencialmente se resume ao(s) modelo(s) da indústria como o conhecemos.
O modelo antigo, nascido da primeira revolução industrial, e já oriundo dos modelos capitalistas pré-existentes, é um modelo de noção direta de compra/venda e suas bifurcações diretas. O bom e velho 'Eu produzo/faço, somo tributos e gastos para estabelecer o preço e o cliente paga'.
Com as vertentes da revolução industrial, como o Fordismo, o 'eu faço' abre lugar pro 'uma equipe faz, recebe um fixo, eu gerencio, somo tributos e gastos para estabelecer o preço e o cliente paga'. Nessa noção, comprar os direitos ou serviços de alguém é lógico e coerente (e isso explica o 'escritor fantasma' e a produção por contrato).
Com a internet e a proliferação dos computadores pessoais, surge a indústria de software,e, a noção de 'fazer' tornou-se mais vaga que nunca. Da mesma forma que Bill Gates montou um sistema operacional e programas, outros jovens fizeram. Linux, Mozilla, e toda a discussão de Software Livre que surgiu, são apenas mostras de uma discussão que ainda vai durar décadas, mas que vai definir os futuros rumos da indústria como conhecemos. E, é nessa discussão - e através desse prisma - que eu pretendo abordar o tema.
NOTA: A questão dos direitos autorais/plágio será melhor abordada em futuras inserções sobre o tema (pois serão voltadas especificamente no tema).
E, nesse contexto, entram muitas questões pertinentes e importantes para o jogo, como 'qual é o produto real?' (Uma banda tem de pensar em vender cds ou divulgá-los para vender shows e turnês?), 'quanto é o valor real de um produto e quanto é valor agregado para gerar receita - e, porque usar um terceiro valor, que é o extorsivo?, 'é justo segregar pessoas com renda menor ou mínima da obtenção de produtos de melhor qualidade ou de entretenimento?', e, com qualquer possível resposta que possa surgir, o caminho para entender realmente a pirataria poderá ser trilhado. Mas adianto, com toda a certeza que haverão pedras no caminho (e puxões de cabelo e arranhões e...).
Fontes de interesse:
Anderson, Chris A cauda longa e Free - o futuro dos preços.
http://www.logisticadescomplicada.com/voce-sabe-quanto-paga-de-impostos/
http://www.impostometro.com.br/
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