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19 de dezembro de 2014

The Office (Ou porque a série britânica continua relevante enquanto a americana definhou)


Se você não viveu numa caverna ao lado de Osama Bin Laden ou outro dos nomes importantes do taleban peos últimos dez anos, você provavelmente ouviu em algum momento ou outro uma menção sobre a série 'The Office'.

Talvez seja a versão britânica ou a americana (as duas de mais sucesso), talvez a versão alemã, quiçá outra ainda, uma vez que a série foi adaptada e readaptada para diversos outros idiomas, mas resumi-la é beeem fácil - o subtítulo brasileiro entrega, é 'a vida num escritório'.

E enquanto seja bastante fácil entender como a série permeia pela normalidade de um dos ambientes mais chatos para se trabalhar no universo e como seus personagens cooptam com isso. Se não bastante isso, trata-se de um cenário comum ao que vivemos (trabalhar num escritório cheio de cubículos e gente estranha, chefes imbecis e bem próximo do perigosamente incompetentes enquanto executam um trabalho irrelevante e positivamente enfadonho).

Nisso é onde a série britânica triunfa com êxito e facilidade. Gervais emana e incorpora com todo seu ser a presunção, escrotice e diversos outros adjetivos pejorativos para descrever tão inapto chefe.
Mais que isso, os personagens da versão britânica são mais pé no chão e comuns, longe de versões estereotipadas e quase cartunescas para justificar suas tendências (que a versão americana força guela abaixo para focar/definir cada um dos personagens e suas características). Steve Carell, por outro lado incorpora o idiota adorável, uma persona que lhe é muito mais frequente e comum, e, por mais que tente ser um chefe deplorável e detestável, é realmente difícil odiá-lo como a Gervais... E é importante odiar o chefe - afinal esse é o ponto desse personagem no seriado.

David Brent (Gervais) concentra todo chefe idiota do mundo. Todo chefe que contrata uma secretária bonita enquanto a companhia está passando por recessão e precisa demitir funcionários.
Que faz tempestade em copo d'água por um evento sem importância - enquanto a empresa apresenta um ambiente incrivelmente hostil para suas funcionárias mulheres (em pleno século XXI).
Que finge se importar com seus funcionários mas logo aceita uma promoção e parte deixando boa parte destes a ver navios.
O chefe idiota que contrata um palestrante e não o deixa falar...
E esses são apenas alguns (poucos) exemplos.

Mesmo sem trabalhar num escritório, qualquer pessoa que tenha lidado com um chefe vê em Brent espelhados os aspectos negativos.
Michael Scott (Carell) não consegue isso. Por mais que os personagens digam durante a série, por mais que ele exiba comportamento perigoso e idiota, é difícil negar o coração do personagem ao ponto que é mais fácil gostar dele, apesar de seus defeitos.

Com vida curta, a série britânica tem menos tempo e espaço para desenvolver fatores, mas consegue capturar um vasto checklist de situações e problemas típicos desta linha de trabalho.
A versão americana, por outro lado, conforme vai crescendo e lhe sobrando espaço, vão surgindo excessos cada vez mais pungentes e a vida num escritório parece cada vez menos com os afazeres realizados pela equipe - que faz imensas festas de despedida no estacionamento, videos virais de casamento e até filmes durante os intervalos de trabalho...

A série americana foi definhando, perdendo o foco do escritório para coisas cada vez menos coerentes, histórias que cada vez menos interessavam ao ambiente de trabalho e, com uma série de mudanças no elenco - com a saída de Steve Carell, sendo substituído várias vezes na temporada final do seriado.
Sobra o politicamente correto na versão americana - em contrapartida à versão britânica - o que acaba sendo, por vezes, um tiro no pé, afinal, num cenário real do mundo em que vivemos, não é raro a quantidade de exemplos em que atitudes preconceituosas acontecem.

E porque eu resolvi lembrar de The Office justo agora? A época de Natal me fez lembrar imediatamente do episódio especial da série britânica... Achei oportuno escrever um breve paralelo entre as duas.
Acredito que com o tempo e o distanciamento (pós cancelamento de ambas), há uma boa chance de ver as coisas mais objetivamente.

6 comentários:

  1. Cara, essa resenha é totalmente sem noção, você não pegou a essência do sitcom americano.
    Essa opinião é um a merda.

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  2. E outra quando mais comum os personagens se tornam mais chato a série fica, a diferença está no carisma, a versão americana vai SEMPRE ser melhor que a UK.

    Falei

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  3. E outra quando mais comum os personagens se tornam mais chato a série fica, a diferença está no carisma, a versão americana vai SEMPRE ser melhor que a UK.

    Falei

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  4. As pessoas tem vida fora do escritório não sei se tu percebeu e a série americana foca muito isso, humanizando mais ainda os personagens e os tornando autênticos.

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  5. as opiniões de cima não poderiam estar mais erradas, a The Office UK é um cult clássico e melhor que a americana. A americana é boa, mas não consegue bater de frente com o caos controlado da britânica, ela se sai melhor no final das contas.

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