Eu acho que Dias de um Futuro Esquecido é uma das histórias mais babacas de toda a fase clássica dos filhos do Átomo (ou seja, a de Chris Claremont, John Byrne e Dave Cockrum)...
Ainda que de antes de toda a farofada de viagens no tempo que se tornou corriqueiro na franquia (a partir dos anos 80, a mansão X se tornou um reduto de viajantes do tempo como Cable, Bispo, Rachel Summers e mais uma dúzia de outros - tendo hoje inclusive os X-men do passado vivendo no presente, e eu juro que isso não é piada) inclusive antes da farofada de viagens no tempo em filmes (O Exterminador do Futuro é de 1984, enquanto Dias de um futuro esquecido é de 1981), a história ainda é frágil como um palito de dentes.
Toda a reviravolta do filme gira em torno da recém descoberta habilidade de Kitty Pryde de... Transmitir a mente de alguém para o passado? E por algum motivo os X-men remanescentes do futuro (após os eventos de X-men 3, que, também se passava no futuro uma vez que mesmo o primeiro X-men de 2000 já se colocava décadas no nosso futuro por... algum motivo [?]) que se juntam a outros novos X-men - e mesmo a Magneto - forçam um desesperado plano final que pode mudar toda a catástrofe dessa franquia cinematográfica apagando da existência X-men 3 e Primeira Classe (sim, matando sem dó todos os personagens apresentados nesses filmes não produzidos por Bryan Synger).
É preciso uma longa dose de abstração para que a história faça o mínimo de sentido - afinal os eventos se dão nos anos 70 com o surgimento do programa Sentinela, que viria a exterminar a raça mutante.. Mas os Sentinelas parecem bem confortáveis em esperar até o fim de X-men 3 para começarem a por o plano em prática...?
Como uma continuação que ao mesmo tempo é prólogo e retcon (talvez precise de um termo novo para descrever o gênero) é preciso acompanhar o cânone para saber dos eventos que levaram até o momento do filme, mesmo que ele faça de tudo para ignorá-los e seguir uma própria história alheia a tudo isso...
Na mesma balança de filmes que são prólogo, continuação e retcon, 'Planeta dos Macacos: O Confronto', mas num lado diferente e, francamente antagônico (buscando algo mais sério, real e coerente), o filme que partiu de uma incrivelmente racista premissa nos anos 60 (qualé que precisa de muito esforço pra ver isso no filme de Charlton Heston onde todos os humanos são brancos?), aqui se esforça tremendamente para seguir a morna adaptação com James Franco, com um ritmo lento, tomando seu tempo para desenvolver personagens, personalidades e contextos.
Ainda que bem escrito e bem trabalhando nos efeitos especiais para conceber a comunicação entre os símios, o filme força uma proto-mensagem sobre natureza e ecologia - até mesmo alguma perspectiva sobre a natureza do ódio como ferramente da preservação de espécies perante predadores, assim como de estabelecimento dos pontos mais altos da cadeia evolutiva (da eterna lista de questões sobre a capacidade humana de matar e inventar cada vez mais maneiras de fazê-lo).
Há toda uma questão de 'nurture vs nature' (algo como 'criação contra a genética' para uma adaptação mais próxima ao sentido no português) que vai e volta para chegar a perguntas que Alan Moore já fez em 1986 (Onde está o mal na mata?, perguntava o Monstro do Pântano) e tudo se resume a uma longa questão sobre coexistência pacífica e um confronto inevitável entre humanos e mutant... digo, macacos.
Tudo é muito cinza/marrom naquela estrutura clichê de 'futuro apocalíptico' - e outros clichês desse tipo de cenário também estão lá, como a necessidade por alimento e energia que força o contato entre os antagonistas. E evidentemente é curioso como os atores são desperdiçados... Com exceção de uma ou duas cenas, Gary Oldman (que é o nome mais famoso) raramente aparece.
Sobra espaço para os símios animados por computador desenvolvendo sua própria versão de Júlio César de Shakespeare (ops, spoiler) com um grau de comprometimento que eu raramente vi em atores (que depois do segundo ato, normalmente, começam a atirar suas fezes na platéia e balançar os braços ridiculamente).
Há toda uma questão de 'nurture vs nature' (algo como 'criação contra a genética' para uma adaptação mais próxima ao sentido no português) que vai e volta para chegar a perguntas que Alan Moore já fez em 1986 (Onde está o mal na mata?, perguntava o Monstro do Pântano) e tudo se resume a uma longa questão sobre coexistência pacífica e um confronto inevitável entre humanos e mutant... digo, macacos.
Tudo é muito cinza/marrom naquela estrutura clichê de 'futuro apocalíptico' - e outros clichês desse tipo de cenário também estão lá, como a necessidade por alimento e energia que força o contato entre os antagonistas. E evidentemente é curioso como os atores são desperdiçados... Com exceção de uma ou duas cenas, Gary Oldman (que é o nome mais famoso) raramente aparece.
Sobra espaço para os símios animados por computador desenvolvendo sua própria versão de Júlio César de Shakespeare (ops, spoiler) com um grau de comprometimento que eu raramente vi em atores (que depois do segundo ato, normalmente, começam a atirar suas fezes na platéia e balançar os braços ridiculamente).
Não deixa de ser chato, porém, tentando forçar um contexto novo para algo, querendo fazer dele mais 'plausível' (Mais ou menos como fizeram em 'Homem de aço' ano passado)...
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