Após True Detective da HBO nesse ano, o livro de Robert W Chambers renasceu e encontrou sua primeira (!) publicação no Brasil.
Publicado em 1895 (quando Lovecraft tinha apenas 5 anos), o livro traz a história de um livro (Inception?) sinistro que faz as pessoas enlouquecerem.
O livro teórico do qual muito pouco se revela em toda a coletânea de contos, traz uma perversa imagem de um bizarro universo paralelo/alternativo governado pelo tal rei amarelo em questão, contemplando visões aterradoras, ainda que como relatado por todos os personagens que leem o livro destacam o quanto estas imagens assustadoras ainda trazem nela algo de belo.
Anos mais tarde, compondo a longa e complexa mitologia dos livros de H P Lovecraft sobre o mundo de Cthulhu, R'lyeh e as demais criaturas ancestrais de outros plano - que foram coletadas por um poeta árabe louco no livro chamado 'O Necromonicon'...
(NOTA: Descarto qualquer possibilidade do racismo de Lovecraft mudar os rumos dessa analogia, só acho que é importante que seja anotado)
Bem mais populares, os mitos de Cthulhu já fizeram parte de histórias de Conan, o Bárbaro (a novela Conan e a Lótus Esmeralda), da mitologia da Marvel Comics (através do monstro multidimensional Shuma Gorath) e até a cidadezinha de South Park.
Ainda assim, ambos os livros parecem aludir condições semelhantes, provocando reações de confusão, alienação e loucura aos que leem seus conteúdos, mas há uma distinção mais nítida, uma vez que Chambers faz alusão que seu livro afeta pessoas com maior tendência artística (pintores, poetas, atores e músicos) enquanto Lovecraft relata normalmente a leitura do livro perverso por cientistas (engenheiros e diversos tipos de pesquisadores).
Não obstante as reações são próximas (loucura, alienação, confusão, visões - principalmente de um mundo diferente, perplexo e que em ambos os livros não é tão diferente assim...), com interpretações diferentes pelo prisma observado (a lógica pelos Lovecraftianos e o sentimento e poesia pelos Chamberianos).
Há também particularidades nos livros, em suas estruturas - capas com tecidos excêntricos, imagens e letras ilegíveis - e as figuras centrais, ainda que bastante diferentes (do Rei Amarelo e Cthulhu), com tão pouco efetivamente revelado sobre eles que não é de todo impossível que compartilhem o mesmo terreno. Talvez o Rei Amarelo seja o emissário-mór do monstro ancestral, talvez até o próprio escondido sob uma forma humana...
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