Eu juro que vou tentar não chamar ninguém de coxinha nem dizer nada insultante a nenhum ser humano, mas puta que pariu...
Chega a ser ridículo o ponto em que a manipulação midiática acerca de gráficos bonitinhos - claramente inspirados pela denominação norte-americana dos 'red states e blue states' (termo cunhado justamente pela divisão bi-partidária que tem bem maior parâmetro de divisão - figura abaixo - pela estrutura dos partidos democrata e republicano).
Há um problema claro na análoga comparação brasileira: As cores se invertem.
Pode parecer pouco, pensar que essa pequena mudança na visão política faça diferença, mas faz, e bastante.
Primeiro porque há uma tentativa forçada de polarizar algo que não é polarizado - mesmo contabilizando os grande 'antagonistas' de PT e PSDB existem muito mais pontos em que ambos os partidos concordam que descordam veementemente... Tanto que o próprio PSDB estabelece bandeiras sociais (e tem em sua nomenclatura um claro e pungente 'SOCIAL DEMOCRACIA').
Quando mapas como os muitos mostrados por VEJA, Estadão e outros canais, tentando polarizar a disputa - e, linkar motivos para a vitória de um ou outro candidato - as diferenças se mostram muito menos agradáveis, e, cunham aspectos muito mais deploráveis.
Condições deploráveis como as sugestões de separar o Brasil em dois (o Sul e Sudeste de um lado e Norte, Nordeste e Centro Oeste do outro). Não só uma ideia ridícula e nada prática (não esqueça que parte dos recursos necessários de um lado ficam no outro), ela expõe dezenas de preconceitos que nosso Brasil parece incapaz de esquecer (mas até aí, sendo "informado" pela VEJA e pela GLOBO, é difícil esperar que haja um país informado).
Há um vasto detrimento do que, para esta 'elite' sulista se considera 'o outro lado', ou 'o outro Brasil', talvez até 'O Brasil que deu errado' (que os coxistas defenderam como o Brasil dilmista que vota PT porque é comprado por bolsa-família).
São problemas sérios, e até chegam a falhas de caráter de simplificar tudo desta forma, num preto e branco (ou azul e vermelho se preferir) que se separa entre classes proletária e capitalista.
É uma falha de visão de respeitar a herança e história Nordestina, Nortista e do Centro-Oeste, de ignorar os heróis e fantásticos escritores que jamais nasceriam nesse lado de cá (onde filhinho de papai acha que receber carro por passar no vestibular é mérito).
Uma falta de caráter de brasileiros que não conhecem a história de Antônio Conselheiro, que jamais se deram ao trabalho de ler Jorge Amado ou ouvir Caetano, mas que urram raivosamente clamando mudanças (para votar no Alckmin para governador mantendo o PSDB por vinte e quatro anos no Estado de São Paulo, depois de vender dois bancos públicos, privatizar a malha rodoviária, desviar milhões do metrô que não foi feito e ainda quebrar a USP e o sistema cantareira).
Culpam os pobres de (re)eleger a Dilma, mas na verdade expõe com toda a (falta de) classe as suas chagas, a sua verdadeira pobreza: A de espírito.
Poderia contar diversas histórias dessa pobreza de espírito (algumas até de parentes, gente que fica horas em fila para pegar remédio de graça - tendo dinheiro para custeá-lo - enquanto critica abertamente e a todo momento os desavergonhados pobres que pleiteiam algum programa assistencial), mas acho que exemplos já existem aos montes, e bem melhores que esse.
O passado é o prólogo, caros. A história começa agora.
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