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24 de janeiro de 2014

Blackfish

Pra quem teve a infelicidade de assistir algum documentário nos últimos 10 anos - até mais que isso, desde o primeiro 'documentário' de Michael Moore - se depara com uma tendencia que vai entre o irritante e o jornalismo marrom tipicamente manipulador (maniqueísta e desinformativo).

Aquela narrativa que conduz a formação de dados incongruentes e que expõe idiossincrasias pré-estabelecidas para causar choque (como entrevista Charlton Heston em Tiros em Columbine - inclusive responsabilizando o ator por ser ávido defensor do direito de portar armas pelo violento crime na escola).

E é verdade que Blackfish sofre um pouco disso - conduzindo uma narrativa sobre o SeaWorld como um vilão. E a má impressão é justamente do fato que o SeaWorld (ou os produtores do filme alegam) não se manifesta para contrapor os dados apresentados, e de fato acaba aparecendo como um alvo pintado - algo que Moore fez em Roger & Eu de maneira descarada e ridícula.

A diferença disso tudo para Blackfish, porém, é justamente o que redime o documentário, e apresenta uma análise objetiva, contextualizando historicamente os dados apresentados de maneira lógica e coerente.
Indiferente da ausência de posicionamento do parque SeaWorld, a palavra dos ex-funcionários e treinadores ressoa quase em uníssono (mesmo que dita por inúmeras diferentes pessoas), e contrasta pesadamente com a realidade dita por biólogos marinhos.

E isso expõe o fato mais importante - que acaba nos escapando - que apesar de toda a publicidade e posicionamento, o local é apenas um parque de diversões que utiliza de 'mão-de-obra' animal como chamariz, mesmo que tente vender uma postura de pesquisa sobre a vida aquática - é apenas uma empresa que visa lucro e é administrada e conduzida para este fim.
O que é sempre importante lembrarmos - e notarmos - sempre que surge(m) esse tipo de empreendimento.

Próxima semana, pra fechar o mês com sessão de cinema cabeçudo: Metrópolis

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