Direto de reportagens da Galileu, temos duas informações perturbadoras sobre o trabalho escravo no Brasil (com um mapa sensacional expondo a situação com grande recência, de 2003 a 2012).
Isso é tudo? Infelizmente não...
Claro, claro, temos os pastores felicianos e comparsas com suas bolsa-estupro e atrocidades que mostram o quão tacanha é a inteligência de uma parcela do povo brasileiro... Temos o racismo indiscriminado estampando em 'homenagens' e 'humor' chauvinista (e que de humor não tem nada).
Mas há um significado maior para tudo isso. Tem que haver...
Todas as pessoas invisíveis em nosso dia-a-dia que resolvemos ignorar para tocarmos com nossos caminhos vazios como se o que fazemos (e somos) fosse mais importante... Que nossos pequenos problemas fossem minimamente mais relevantes.
Ainda é parte do problema da passividade do povo brasileiro - o gigante que 'acordou' sendo manipulado por sabe-se-lá-quem (grupos de direita? Bem... Eles já usam a imagem de Guy Fawkes que é uma figura de direita, como todo bom fanático religioso...)
--> Curiosamente eles pedem uma 'mídia sem máscara', eu quase diria que é irônico
Mas acho que é aquela coisinha do 'cuidar do próprio umbigo', da noção capitalista de fazer o seu melhor sem se importar com o que isso realmente significa - como Bill Hicks fala sobre o marketing (Conseguimos fazer agora com que arsênio seja alimento para crianças...")
É a questão da monetização de tudo e todas as coisas para que possamos nos sentir menos culpados e ignorar os problemas das pessoas ao nosso redor.
O problema não é o trânsito maldito (que existe porque o governo brasileiro acabou com a linha férrea que diminuiria acentuadamente o tráfego de caminhões, justamente para nosso país ter algumas das fábricas automotivas para a produção aqui - e com isso fomentar a comercialização destes mesmos veículos)... É o preço da passagem.
(Isso é um editorial, não tem conclusões ou respostas... Muitas vezes só traz mais perguntas, mas e quem disse que são as respostas que interessam?)
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