Com toda a papagaida ignorante (afinal, são incapazes de diferenciar os maias dos astecas, só pra começo de conversa) da imprensa e dos especuladores (e conspiradores) é difícil que o imaginário popular escape do tema. 2012 passa por muitos outros momentos da cultura pop em referências de rocks antigos da década de 70 e contos esquecidos de escritores de terror da era vitoriana...
Os excertos a seguir são todos de 2012... Ou pelo menos tem um pezinho no ano...
"Procura-se um amigo pro fim do mundo" de Lorene Scafaria - com Steve Carell, Keira Knightley e participações mais que especiais de Willian Petersen (Sabe o Grison de CSI?) e Martin Sheen. Por algum motivo esse filme é creditado como comédia... Mas acho que quem vê isso tem um senso de humor mais doentio que o meu... O filme é um drama sem intensidade dramática, ou se preferir, espirituoso (ao contrário do segundo filme da lista), mas isso não faz dele nada cômico. Mesmo a presença de um dos melhores atores de comédia da atualidade não garante sequer um risinho tosco no seu rosto durante o filme...
Pelo menos não voluntário pelas situações ou pelo roteiro (pode provocar risos pela falta de coerência do roteiro, mas hei, você está esperando muuuuuuuito se quiser algo mais que Steve Carell mostrando que pode ser um bom ator e Keira Knightley mostrando que pode ser adorável. Fora isso vale só pela reação da sociedade mesmo (ou pelas reações), tão variada, inconstante e louca. E, claro, pelas participações especiais que garantem o interesse para chegar ao fim do filme - que não é nada de espetacular.
"Melancolia" de Las Von Trier - com Kirsten Dunst, Kiefer Sutherland (Jack Bauer) e Charlotte Gainsburg. Esse é drama no sentido literal da coisa. Protagonista que sofre, chora e sofre mais um pouco, apesar da coisa toda não ser tão literal quanto parece. O fim do mundo é uma abordagem mais metafórica da noção da depressão - sim a doença psiquiátrica que afeta a recepção de estímulos elétricos ao cérebro.
E é essa a noção da protagonista (Dunst): a de uma mulher deprimida em meio ao iminente fim do mundo (metafórico) causado pela aproximação do 'planeta' Melancholia (segundo o dicionário - Tristeza profunda).
Filme interessante, bem na linha de Von Trier - nem tão artístico quanto um Bergman ou Felini, mas também não tão distante do padrãozão de Hollywood que estamos acostumados dos filmes pipoca.
Mas hoje, quase dez anos da publicação da primeira edição da série, The Walking Dead já é a abordagem mais longeva de um mundo pós apocalíptico (a edição 100 quebrou inclusive recordes de venda, e ultrapassou alguns limites de tiragens), e com a audiência da série televisiva (15 milhões de espectadores na estréia da terceira temporada), facilmente a melhor sucedida.
A rica análise dos sobreviventes - do homem lobo do homem e os questionamentos de valores e lógica (quando o mundo parece tão simples de abandonar os dois em tão curto espaço).
Como Rick bem vem a concluir muito tempo após o caminhar na estrada, não são os zumbis os mortos que andam...
"Mass Effect 3" EA e Bioware. Aqui o fim do mundo pode ser revertido - e curiosamente o melhor cotado no IMDB (www.imdb.com) da lista aqui mencionada. A história começa bem antes deste capítulo - apenas o final da trilogia de uma invasão alienígena, que, neste capítulo final se consolida de forma grandiosa. E cabe à humanidade lutar para garantir sua subsistência e a continuidade da vida no universo. Sim, é o ufanismo americano ao máximo na idealização do poderio militar e seu resultante soldado perfeito (que pode até impedir o fim do mundo, seja a partir da racionalização - ou se essa falhar, através da força).
Sheppard - o nome do protagonista no comando da Normandy - cruza os confins do espaço em busca de reforços inumanos para formar uma aliança e impedir que a ameaça dos Reapers que surge a cada ciclo de 50.000 anos se conclua dessa vez."A casa da árvore dos Horrores XXIII" a profecia maia do fim do mundo no 13º Baktun - que não era maia devido a localização geográfica, mas isso é irrelevante para teóricos e profetas do apocalipse - resumida a uma piada brilhante. "Vejamos... Convertendo na base decimal... Presumindo o nascimento de Jesus... Inventar e depois carregar as datas do ano bissexto... E assim o mundo irá acabar em 2012", completado pelo próximo personagem: "E será culpa do Obama".
O restante do episódio não traz nada de brilhante, mas, só essa piada já vale a pena...
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