Como um pequeno experimento, essa semana eu li todos os dias as tirinhas da Folha, e, confesso que sou um grande fã do gênero. Schulz e seus Peanuts, Waterson e seu Calvin e Haroldo, Quino com sua Mafalda e sem desmerecer os nacionais Laerte, Angeli, Glauco, Fernando Gonsales (Níquel Náusea) e tantos outros gênios dos poucos quadrinhos.
Mas tenho de confessar... De tudo que vi na semana, me parece que os brasileiros numa onda cabeçuda esqueceram como se faz humor (exemplifico/sintetizo na imagem 1, tira do Angeli de quinta-feira):
Imagens aleatórias fazem piada? É essa a questão ou graça? Eu confesso que não saquei, nem mesmo um sentido maior - e filosófico - que o Laerte tenta fazer (e pra mim só é chato). E, nem duvido que exista algum contexto ou algo maior... Só acho que é (muito) difícil disso se traduzir ao grande público.
Num outro contexto temos Garfield (de hoje, domingo) e Garfield menos Garfield - uma exercício cada vez mais obrigatório e viciante depois que descobri a segunda. É incrível como você transforma um negócio sem graça em algo deprimente e quase perturbador.
Confesso que sempre achei fascinante todo o esquema de tirinhas, que seguem a clássica do humor (situação, preparação e arremate da piada - ou punchline) com todo o minimalismo vaudevilliano possível, e isso é o que faz com que personagens simples em situações típicas (exageradas para fins humorísticos) venham a gerar boas situações.
O artista de tirinhas não precisa ter grande talento como contador de histórias (é tudo bastante curto e direto), não precisa saber desenhar fenomenalmente bem (traços quanto mais discretos são melhores, Malvados de Andre Dahmer exemplifica muito bem isso)... É importante aproveitar o espaço cedido...
E como o brilhante Sérgio Aragonés faz sem até hoje me desapontar... Pirar.
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