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8 de setembro de 2012

EDITORIAL> Van Gogh e a prostituta

O pintor pós-impressionista Vincent Van Gogh que pintou mais de 2.000 quadros (e uma de suas obras é a mais cara já vendida na história das artes) viveu boa parte de sua vida entre os caminhos da pobreza e miséria.

Pra propósitos mais românticos eu poderia citar as mentiras que dizem de que ele vendeu apenas um quadro durante toda sua vida (o que é um absurdo considerando todos os retratos que produziu sob encomenda, assim como o fato que parte de seu sustento durante a vida se deu através aulas de pintura que ministrou), ou as histórias um tanto fantasiosas sobre os motivos sobre sua doença mental e de cortar sua própria orelha por amor ou vingança a uma mulher... Mas o que eu realmente gostaria de citar é o fato do gênio, destacar que esse homem brilhante, ainda influente e sem dúvida alguma com trabalhos esquecidos que são mais capazes que de muitos aspirantes a artista que estão circulando nas galerias por aí, e esse que como tantos gênios de outros tempos e momentos, perambulou por uma vida de miséria e dificuldades financeiras.

Recentemente, uma mulher se mudou numa casa não muito distante à minha, e, até aí nada seria novidade ou marcante, afinal, vivemos em tempos em que a mudança é uma constante. O fato que chamou a atenção, principalmente de vizinhos e de gente que adora discutir a vida alheia é que a mulher é uma garota de programa.

A princípio achei um tanto peculiar a informação, principalmente quando encontrei com essa pessoa na rua, que foi o que mais me chamou a atenção... Longe de ser uma mulher bonita, jovem ou com qualquer característica marcante e acentuada sobre seu corpo e forma. É apenas uma mulher que vende seu corpo (e sim, eu entendo o quanto essa frase é estranha)... E isso foi o que me fez pensar um pouco...

Quer dizer, não só isso. Todo esse cenário previamente apresentado é só um prólogo da coisa toda.
Eu não me julgo nenhum Van Gogh (ainda assim desde já aviso que volto puxar o pé do empresário e marketeiro que usar meu nome pra qualquer coisa após minha desencarnação), mas vejo esse cenário e essa realidade se repetindo mais e mais comumente, de pessoas brilhantes, inteligentes e com grande perspectivas e talentos reais que são solapadas e deixadas pra trás - muitas vezes tendo algum reconhecimento somente póstumo, por conta de urubus oportunistas vendendo e buscando escaravunchar por material de qualidade que terá custo menor (afinal, não precisam pagar a parte do autor), vão ficando pra baixo enquanto outros que nem tem realmente algo para oferecer (além da cara-de-pau e uma incrível disposição para se vender), e acaba sendo um panorama de que mesmo que eles estejam vendendo a preços baixos coisas que não tem valor (como a dignidade ou labor e valor no caso de minha vizinha prostituta)...


OBS: A imagem do Manara não é de uma prostituta e nem de longe parece com minha vizinha... É só que eu precisava de uma imagem de mulher fogosa para ilustrar essa parte do texto...

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