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11 de novembro de 2016

{RESENHAS} Capitão Fantástico (2016)


Ainda que o nome pareça meio que, bem, enganoso (em bem mais sentidos que um, uma vez que parece remeter tanto a um super herói, a um militar ou a algum tipo de comédia amalucada - o que não corresponde em nenhum sentido) o filme de Matt Ross (mais conhecido como Galvin Belson de Silicon Valley) é uma lufada de ar fresco no cenário cinematográfico de 2016.

É um 'Os Excêntricos Tennenbauns' sem Wes Anderson, que significa sem tomadas belamente compostas que são intrinsecamente significativas ao enredo da história. Não faz disso ruim, até porque substitui tomadas compostas e milimetricamente planejadas pela amplidão da natureza em tomadas amplas que destinam-se a mostrar a vastidão, a extensão e o quanto o ser humano é pequeno - e deve se ver humilde - perante isso tudo.

Aqui existe mais um contexto de vaga ligação para o todo maior no ponto de não conformismo e, talvez mais relevante, sobre o que é educação efetivamente. Sobre a ideia de educação o filme tem muitos pontos detalhados ao redor de sua trama (o filho mais velho aceito em todas as grandes universidades norteamericanas, a família reunida para o jantar lendo clássicos da literatura e/ou principados científicos avançados ou a mais notável cena em que a filha mais nova de oito anos dá um baile nos primos sobre um assunto de conhecimento geral), e reside em um ponto de choque a noção da imersão dessa família em uma estrutura dignamente voltada e devotada ao fortalecimento de corpo e espírito contra o mundo real.

Há no central conflito da trama a discussão sobre o que é normal e aceitável, sobre quem deve e/ou pode decidir o que é melhor - os filhos de Mortensen apresentam hematomas e cicatrizes de uma vida escalando montanhas, caçando animais selvagens e, basicamente vivendo isolados nas florestas... O que pode ser considerado abuso infantil, como destaca o avô que quer a custódia das crianças - e ainda que a visão do pai da família SEJA bastante extremista (ao ponto que os filhos se vêem alienados ao deparar com o primeiro contato com a civilização), existe um paralelo interessante a ser traçado, e, obviamente devemos destacar que é uma obra de ficção com um propósito de demonstrar através de exageros o argumento proposto.

Nota: 9,0/10.

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